Nova lei no Canadá protege estudantes internacionais contra fraudes

O Departamento de Imigração e Cidadania do Canadá propôs no final do mês passado uma série de medidas para evitar fraude na educação de alunos estrangeiros no país. Se as novas regras forem aprovadas, estudantes internacionais só poderão estudar em instituições de ensino pós-secundário reconhecidas pelo governo.


Em abril do ano passado, catarinense Elisângela Coelho, que gastou mais de nove mil dólares em um curso de Turismo em 2007, oferecido por um college de Toronto, sem saber que o mesmo não estava registrado pela província de Ontário. “Aqui (no Brasil), serve como prova de que fiz um curso no exterior, mas se morasse em Toronto, seria apenas um papel, sem validade nenhuma”, disse ela na ocasião sobre o diploma adquirido.
Histórias como a de Elisângela fizeram com que o governo federal tomasse providências para acabar com as diversas fraudes ligadas ao estudo de estrangeiros em instituições canadenses. “Existem muitos casos de estudantes internacionais que pagam uma grande quantia de dinheiro e deixam suas famílias no país de origem para estudar no Canadá, e então descobrirem que foram enganados”, disse em um comunicado o ministro da Imigração e Multiculturalismo do Canadá, Jason Kenney. “Essas mudanças nos ajudarão a proteger os estudantes internacionais e a reputação do sistema de educação pós-secundária do Canadá, garantindo a vinda deles para instituições com qualidade e que cumprem com os requisitos básicos de responsabilidade”.

Novas regras

Entre as novas medidas estão limitar o número de permissão de estudos a alunos matriculados em escolas reconhecidas pelas províncias ou territórios, permitir que estudantes internacionais matriculados nas escolas credenciadas possam trabalhar durante meio período sem precisar aplicar separadamente para um visto de trabalho, manter um trabalho conjunto entre o Departamento de Imigração e Cidadania do Canadá e as províncias e territórios para reconhecer as instituições educacionais que terão permissão para receber estudantes internacionais, e aumentar a fiscalização naquelas que oferecem programas de qualidade inferior ou facilitam (propositalmente ou não) a entrada de estrangeiros no Canadá com outros objetivos que não seja o de estudar. Os estudantes com permissão de estudo que não tiverem frequentando uma escola, serão removidos do Canadá.
Uma outra regra impede que programas oferecidos por colleges com duração inferior a seis meses aceitem estudantes internacionais. A mesma medida não vale para os cursos de curta duração disponíveis em universidades. Caso seja aprovada, a nova lei deve causar um grande impacto nos chamados “career colleges”, que disponibilizam  cursos principalmente para esteticistas e assistentes de consultórios.
Segundo um estudo feito pelo Canadian Bureau for International Education (órgão que promove as relações internacionais do Canadá através da educação), estudantes internacionais geraram uma economia de $8 bilhões no Canadá em 2010. O número de estrangeiros que optam por estudar em instituições canadenses cresceu 36% em um período de cinco anos, de 176 mil em 2007 para quase 240 mil em 2011. Um terço deles se matricularam em escolas situadas em Ontário.
 O ministro Kenney ressaltou que melhorando o Programa de Estudante Internacional (ISP), estará reforçando a reputação do Canadá como uma boa escolha para alunos estrangeiros. “Além impacto econômico, estudantes internacionais graduados são uma grande fonte de possíveis imigrantes permanentes. Para aqueles que decidirem ficar no Canadá, a educação canadense e a habilidade no idioma são fatores importantes para o sucesso”, enfatizou ele.
As mudanças propostas estão em fase de comentário público, onde instituições e indivíduos poderão expressar suas opiniões antes que as medidas sejam aprovadas.

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